segunda-feira, 19 de julho de 2010

Die Lüge.

São 4:50 da manhã. Tá frio, 14 ºC, pra ser exata. E você faz falta, tanta falta...
E eu estou tremendo, não sei se é do frio. Não gosto de dias frios. Não é pelo tempo nublado nem pelo clima congelante, mas sim porque tais dias tendem a ser de pura nostalgia. A nostalgia fria, forte e rápida, apenas a espera de uma pequena falha na sua resistência, na sua força, pra acabar com o seu dia.
Eu costumo me lembrar, às vezes, do quanto ele era estúpido, revoltado, grosso, insensível, ninfomaníaco, pegador, metido a engraçado, idiota e todo o resto... A fim de que, ao meu ver atual, essas coisas se tornem o único motivo pra eu dizer “E eu era loucamente apaixonada por ele?”, mas todas essas coisas, juntas e somadas a outras qualidades, formavam o garoto que até hoje, de certa forma, possui o meu amor. Só ele o possui, não consigo esquecê-lo e amar outra pessoa de tal forma.
É engraçado, não é? Alguém que não existe possuir todo o amor de alguém. É interessante, um caso a ser estudado. “Como adolescentes se apaixonam por alguém que não existe?”, seria o nome da pesquisa. Mais interessante ainda é ver o quão inútil e despresível pode ser a atitude de alguém que não se envolveu com algo assim e nem passou perto de se envolver.
“Nossa, seu namorado era uma garota?”, “Você namorou uma garota? Me conta T-U-D-O!”, “Então você namorou uma garota... Hmm...” e até “Me diz, como é saber que seu namorado era uma garota? É engraçado, você dá risada quando lembra disso?”
Quem pergunta não sabe como é. Simplesmente porque se soubesse não perguntaria.

Mas, enfim, onde estávamos?
Ah, sim, ele.

Eu fico pensando... O que ele fez ou fazia que me deixou como eu era e agora como eu sou? Porque, sim, eu mudei.
Eu passava 10 horas do meu dia falando com ele, sem reclamar. Eu reclamaria se passasse 10 horas seguidas falando com qualquer pessoa, mas com ele não. Eu reclamava quando ele ia dormir. Aí eu reclamava.
Eu fazia qualquer coisa por ele. Fiz o imaginável e o inimaginável. E acredite, você não quer saber o inimaginável. Teria uma crise de risos.
Eu o amei como ninguém jamais amou. E eu vi um número considerável de garotas o amando. Mas eu o amei da minha maneira e isso é diferente de todo o resto. Afinal, que garota dizia pra ele “Eu te amo” apenas porque havia certo período de tempo em que não o fazia e era necessário que o fizesse? Não digo “necessário” porque a garota tinha de mostrar pra ele que o amava e sim porque era mesmo uma necessidade dela.
E sim, eu fazia isso.

*****

“Ei, Thom”
“Oi, bebê”
“Eu te amo.”

******

Eu me lembro bem de como era. A sensação de ter aquela pessoa com você, quase metade do seu dia (e às vezes a metade do dia mesmo), te fazendo feliz. A sensação de fazê-la sentir especial, fazê-la sentir alguém, e a sensação de se sentir alguém, de sentir que aquela pessoa precisa de você. A sensação de poder estar do lado de tal pessoa e fazê-la rir quando tudo parece ser o fim. A sensação de cuidar de alguém como se fosse seu dever, de não deixar que nada a faça cair e, se você falhar, de estar lá, de braços abertos pra segurá-la e fazer com que aquela pessoa não sinta dor, porque também dói em você. A sensação de chorar quando ela chora, rir quando ela ri, dormir quando ela dorme e acordar quando ela acorda. A sensação de ser tão igual a uma pessoa como se ela fosse você e de conhecer uma pessoa como a palma da sua mão. A sensação de fazer a mesma coisa que alguém ao mesmo tempo e 5 vezes no mesmo dia. A sensação de completar o que aquela pessoa ia dizer, de ver aquela pessoa recitando Romeu e Julieta pra você, escrevendo textos pra você e dizendo que te ama. Dizendo tal coisa muitas e muitas vezes.
Amor. Amizade. Dor. Paixão. Felicidade. Ciúme. Insegurança. Tristeza. Mais dor. Felicidade, de novo.

E depois a sensação de perder completamente tal pessoa.
Porque nunca existiu.

 
 
 
Die: A
Lüge: Mentira

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